Quando te vi fechar os olhos, não apenas o vi. Senti a sua leveza como uma onda calma vindo do mar com tempestade. Foi uma visão linda e sem medo do que eu mais enxergava em você, uma essência necessária que eu não conseguia suprir. Pois quando você dormia, minha alma se enchia de sonhos criados, ainda mais pelo silêncio que não estava ensurdecedor.

Concentrei-me sem dificuldade no sentimento que era ver você dormindo. Eu não poderia machuca-lo, e, foi exatamente o que não pude fazer. Mas nós soubemos que você tinha um mapa com outro caminho. Seria óbvio demais dizer que nós dois não iríamos nos machucar.

Vi você aquele dia, em pequenas partes da sala, o lugar que você lia os jornais e ouvia suas músicas loucas. Estava presente em lembranças como se fossem cenas de um filme velho. Apesar de sempre te chamar de meu, continuo com o que você pôde me devolver. Não pude entrar nesse mar turbulento, não havia barco ou qualquer outro meio. Não de novo, me aventurar, sem saber onde pisar.

De repente despertei, foi mais um sonho desviado. Esta noite, me concentro novamente nos sonhos que saem dentro de mim que nenhum dia pude realmente acreditar sem pôr uma razão. Pois não há, sentimentos são realmente inexplicáveis.