A violência e o vandalismo na capital de São Paulo relatado nos jornais nos últimos dias me intrigaram. Foi claro que a mídia julgou no começo todos os manifestantes como baderneiros.

Entretanto, como dito anteriormente pela grande maioria, será que os que estavam lá são só jovens que desrespeitam a lei e atrasam seu caminho? A resposta como sempre é olhar novamente, é pensar em por que tantos manifestantes que estavam lá exercendo seu direito acabaram violentados, não estavam lá para destruir patrimônios, públicos, do comercio privado etc.

A maioria não eram vândalos, eram cidadãos conscientes, que não trabalham ou estudam de cabeça baixa sem olharem o que está acontecendo em sua volta. São dignos para fazerem o protesto dentro da lei e conseguirem com a força que eles possuem o direito de refutar a qualidade do serviço das empresas de transporte e o valor cobrado.

Nenhuma violência abusiva contra qualquer cidadão que não fez nada contra algum policial é justa. Vândalos, oportunistas, opositores da lei devem ser punidos.

Minha indignação do acontecimento com os cidadãos não envolvidos, repórteres e manifestantes é imensa. Vídeos na internet que mostram o abuso de alguns policiais servem como provas, e será que serão identificados e penalizados?

Pois bem, a passagem de ônibus que foi aumentada mais do que necessário nos últimos anos mostra como as empresas de ônibus abusam do valor em longo prazo. Não se fala em apenas vinte centavos a mais na passagem. Fala-se do outro lado que é o da população que usa todos os dias ônibus muitas vezes cheios e com péssimas condições. Também se fala de democracia e direitos, não podemos ser totalmente livres, porém mais conscientes e inquietos com as atitudes do governo, que muitas não beneficia o povo.

Ontem à noite com Vanessa e Beto foi memorável. Roberta nunca tinha se divertido tanto desde que sua mãe morreu. Pegou o celular e escreveu uma mensagem de texto dizendo: “E aí? Ontem foi demais. Encontrem-me no Open Bar às 23h, ok? Se não puderem me avisem. Beijos”. Assim que enviou para os dois, foi tirar mais um cochilo. Eram nove horas da manhã quando adormeceu na cama outra vez.


Acordou mais tarde com uma dor de cabeça. Seus olhos estavam sensíveis à luz que atravessava da janela. Tinha sonhado com o Beto. Não foi como daqueles sonhos que se volta ao passado numa única noite. Numa mistura de cenário, mesmo que ele não estava, sentia sua presença, e era diferente. Como se ele estivesse o tempo todo consigo. Na memória, bem escondido. Não era difícil de imaginar do porque que tudo isso aconteceu. Justo porque ele está mais perto.


Roberta foi para o bar. Os dois estavam esperando-a. Vanessa, sentada na frente de Beto. Os dois estavam no canto da mesa, perto da janela. Ao lado dele tinha um rapaz, que parecia ter a mesma idade dele. Um amigo novo talvez? Nunca tinha ouvido falar, presumia que Vanessa também não saberia dizer quem era ele.


Sentou-se, cumprimentou todos com um gesto de saudação e disse um “oi” e um “Prazer em conhecê-lo. Sou Roberta, você é...?”. Antes de ele falar, Beto a interrompeu:


— Trouxe um amigo, Roberta. Vocês não sabem, pois sempre tive receio de que vocês responderiam de forma negativa. Naquela noite foi muito bom revê-las, e quando soube que vocês não eram machistas, preconceituosas como várias pessoas que encontrei na minha vida, quero dizer a vocês: Este é Claudio, meu namorado.


Ele não teve medo de dizer. Roberta estava chocada, isso explicava a aliança no dedo dele, o jeito como agiu, sem tentar nada com as duas na noite passada. Se o paquerasse, ia ficar frustrada, não seria um paquera difícil de conseguir, mas talvez impossível?


Tinha reparado Beto não tinha um jeito que todos pudessem desconfiar. Sentou-se perto de Claudio e sussurrou:


— Você é muito bonito. Pode falar vocês dois estão brincando que eu sei.


Desaproximou-se do ouvido dele e o beijou no rosto. Quando olhou em volta, Beto estava com uma expressão estranha, e Vanessa fazia um sinal frenético, tentando dizer para ela sair de lá.


Beto saiu da mesa de raiva sem dizer nada. Roberta saiu de a mesa para-lo e reverter à situação. Era uma vergonha que até o garçom sentiu, seu rosto estava vermelho, marcado pela expressão do constrangimento. O farol estava aberto, e passando dele, Beto, com seu carro a mil por hora.


RETORNO


Roberta voltou, onde estava Vanessa e Claudio. Sentia-se constrangida e arrependida por aquela situação.


— Bem… Eu não sabia que ele reagiria daquele jeito, me desculpem, vou embora. – saiu as pressas do lugar.


Passado algumas semanas, Renata foi viajar para o interior para por de qualquer jeito sua lógica em ordem. A cidade era no litoral, tinha praias, calor e água de coco.


Foi ao encontro do mar e sentou-se na areia, com a bagagem e cansaço nos olhos, parou para sentir o vento e o barulho das ondas. Num momento, ela se lembrou da esperança que teve de Beto, queria que ele sentisse ciúme dela naquele dia. Muitas coisas que tinha saído sua realidade não apenas a levava a refletir no que tinha acontecido, mas no que sentia. Foi um apego sem desculpa, um teste inútil e imaturo.


Viu o céu estrelado e as ondas cada vez mais silenciosas e menores. Se ele a visse, pediria para ele remover a maquiagem borrada de seu rosto escorrida pelas lágrimas.


Num momento quando percebeu uns grãos de areia na sua mão se assustou. Ao virar para o lado viu Beto sentado ao seu lado. Os dois se entreolharam e sorriram juntos. Ela continuou por um tempo a olhar o mar, parecia calma e ao mesmo tempo perdida. Ele pegou a mão dela e a levou para seu peito direito, fazendo a olhar novamente em seus olhos. O quão rápido estava o coração dele que batia, e foi então que ele a abraçou e sussurrou em seu ouvido: “Te ver longe de mim só me fez me esquecer o quanto gosto de ti, não sei o que realmente aconteceu, mas hoje, não te deixo sozinha”.